Ela acordou e fumou um baseado. Em jejum. A cabeça ficou uma "clara manhã de noite escura". Acordou com o som dos cachorros nas ruas e o sol brilhando através de uma persiana lascada que invadiu o quarto, ela sabia que aquele dia seria melhor que o anterior. Levantou, e começou a preparar o café, pra rebater a viagem. Água, frutas e um gatinho que vigiava seus atos, seus movimentos. Leila era tímida e a primeira de um total de 4 filhos do casal Amarante que residiam em Nazaré da mata, perto de Carpina. Zona da mata Norte de Pernambuco. Leila.
Como o fumo era bom, veneno, ela aproveitou e começou a escrever o que veio na cabeça, registrando em uma folha de papel sobre a mesa. O café estava quente. De repente levantou e resolveu caminhar pela praça. O vento estava fresquinho e as pessoas nem ligavam para a cara de Leila, olhinhos fechados e jeito jogado. Caminhando e pensando: gostaria de hoje visitar Maria Clara, faz tempo que não a vejo.
De volta, suada, olhar vermelho, ligou o som do computador e começou a ouvir Gorilaz. Leila foi pro banho, corpo impecável. Água fria, suor se decompondo em meio a espuma, traços e curvas que seduziriam até santos. Ofegava e pensava sempre, a cabeça dando mil voltas.
- Se mamãe não vier aqui em casa, chamo Paulo e vamos para a cama. Quero me jogar complatamente ao desejo e prazer. Era um passo pro paraíso. A TV ligou sozinha. Estava programada pra ligar aquela hora?
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