Vou contar uma estória
Na verdade e imaginação
Abra bem os seus olhos
Pra escuta com atenção
É coisa de Deus e Diabo
Lá nos confins do sertão
(Glauber Rocha)
O Sertão mítico e emblemático talvez só exista atualmente na cabeça de ancestrais e de alguns visionários. Não virou mar, mas foi inundado de antenas e estética medíocre impostas pela programação de rádios e televisão. Deus e o Diabo na terra do sol incomoda pela estética rústica e crua de suas imagens e sequências. Diálogos pesados e que retrata, reflete uma verdade daqueles confins, cafundó do judas. Câmera na mão que se movimenta paralela ao diálogo de Rosa, Manuel, Beato, Antonio das mortes e Corisco. Duas vezes vi o DVD restaurado pela Versátil vídeo, em conjunto com a Riofilme. Muito das cenas remetem ao interior de uma cultura, de uma tradição formadora e revestimenta de um povo localizado nas bandas do Sertão. Bahia ou Pernambuco, Monte Santo ou Pedra do Reino. O Sertão é um mistério sobre o qual se debruçou o cinema e a obra de Luiz Gonzaga, o Pai do forró. No filme o silêncio é condutor de um diálogo interior, corroe e sufoca. Deus e o Diabo da terra do Sol me fez escrever um rascunho de uma nova canção, contundente e poética como a vida.
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1 Comentários:
Eu me emociono sempre em ler alguma coisa sobre o sertão. Talvez desse sertão mítico de que você fala e é o que eu tenho na lembrança. Conheci também o sertão do Piauí ainda sem antena parabólica. Mas com a poesia do silêncio no calor das pedras e a paz do pôr do sol, e a beleza iluminada pelos vagalumes... sempre foi pra mim um lugar de beleza sem igual...
Adorei o seu texto!!
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