PAISAGENS EM BUSCA DAS EXPRESSÕES DA RELIGIOSIDADE DO POVO OCCITAN
Nas montanhas do sul da França as paisagens são um espetáculo a parte. Verde, sinuosas e atrativas para uma vida ecológica. Ambialet é uma cidade onde fui para dormir depois de mais de 300 km de estrada vindo de Saint Mèen e de La Fontaine de la Mére de Dieu. Uma certa tontura me bateu, mas a vista é hipnotizante. Lá também encontrei vários monumentos antigos sobre os Cátaros e sobre uma árvore sagrada vinda da terra santa.
Muito calor nas estradas. Estamos aqui no alto verão e não é calorzinho não, é calor brabo de você passar a mão na cabeça e sentir a quentura. Hoje passei por várias cidades. Fomos para Saint Paul cap de Joux, e depois para La Drêche, onde acompanhei missas e procissões do Santo Sacramento. Almoçei na casa do irmão de Thierry Cintra, do La Talvera, e mesmo na sombra, estava uma loucura de calor.
Durante o dia o movimento é instável nas estradas. Ainda não começaram as férias das escolas, mas já se percebe, pelo menos aqui nas proximidades de Cordes Sur Ciel, um fluxo de turistas indo para Albi ou mesmo para Cordes. A vegetação está verdinha, como vocês podem ver nas fotos. Hoje escrevi algumas reflexões sobre a religiosidade dos povos, o que existe de comum entre os povos que une a prática religiosa e o sentimento do divino. Nessas estradas me passam muitas coisas na cabeça.
Essa paisagem foi entre La Drêche et Cordes. Vejam os rolinhos de feno que faz parte do visual das estradas daqui, principalmente essa região agrícola, rural, que tanto se identifica com o Nordeste, em especial, Pernambuco. Eles estocam esse feno que serve de alimento para os animais no inverno. Existem centenas espalhados pelos campos e deixam uma atmosfera poética, bucólica e misteriosa. Eu adoro esse visual.
Amanhã, retorno para a Cathedrale de La Drêche para entrevistar um padre brasileiro que é responsável pela paróquia. Devo passar novamente por outras estradas, já que aqui os caminhos são diversos e nos levam ao mesmo lugar. Plano, silencioso, audaz e estimulante. Estradas que nos levam para dentro de nós, para reflexões, para o mundo que é tão grande e tão pequeno.
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